quinta-feira, 30 de maio de 2013

Dias de Glória -II Guerra- Resistência Francesa-Visão das Colônias. Download Legendado

Ano:2006
Tamanho:450 MB
O filme faz parte da lista elaborada pelo professor Iair,que contém mais de 300 filmes,classificados por ele,e divulgados em página específica,os quais são tomados por base para postagem nesse espaço.

Sinopse: Em 1943, 130 mil soldados originários das colônias francesas na África foram para a Europa lutar na Segunda Guerra e ajudar a libertar uma pátria-mãe na qual nunca antes haviam estado. ''Dias de Glória'' conta a história de quatro desses homens, desde a sua convocação em seus países de origem até o fim da Guerra. Vencedor do prêmio de melhor ator no Festival de Cannes de 2006, numa premiação coletiva dada a cinco atores principais do filme (que interpretam os quatro soldados, além do comandante do batalhão). Fonte: Filmow


Lutas inglórias 
Em Dias de Glória, o diretor Rachid Bouchareb resgata a memória da participação das colônias africanas na libertação da França durante a 2ª Guerra Mundial, ancorando-se para isso num registro realista (como deixam claro as impressionantes cenas de batalha e os registros documentais dos créditos iniciais). Ao mesmo tempo, busca realizar uma denúncia do descaso que a França destinou aos seus “heróis” (denúncia essa explicitada nos créditos finais do filme). O curioso é que, ao desenvolver sua narrativa, o diretor francês opta (de maneira aparentemente inconsciente) por construir um retrato deveras conivente da postura francesa perante os soldados africanos e, eventualmente, acaba por reproduzir uma atitude submissa destes.
Os soldados argelinos, marroquinos e de outras colônias francesas – agrupados pelo filme sempre como um grupo homogêneo de “africanos” ou “muçulmanos” – são retratados como soldados fiéis que, nas palavras de um de seus sargentos (ele mesmo um africano, mas que renega suas origens para crescer na hierarquia militar), “são capazes de morrer por nós, mas que não aceitam injustiças”. As injustiças a que esses soldados não aceitam ser submetidos, porém, em nada têm a ver com sua condição de colônia (questão que jamais é colocada em pauta pelos soldados), mas dizem respeito ao fato de serem sempre preteridos em favor dos soldados “legitimamente” franceses. Tais injustiças são perpetradas por uma França sem rosto, uma vez que todos os oficiais franceses retratados pelo filme são compreensíveis e benevolentes e, se não atendem a alguma reivindicação de seus soldados negros, é porque “ordens superiores” assim o determinam.

Essa ausência de personagens que encarnem as contradições da relação entre a França e os exércitos de suas colônias, ao invés de apontar para um problema endêmico e não pontual, acaba por esvaziar a denúncia a que o filme se pretende, da mesma forma que culpar o “capitalismo” ou o “mercado” pelas mazelas da sociedade ocidental em nada contribui para a análise ou resolução desses problemas. Paralelamente a isso, a construção desses personagens africanos reforça uma postura subserviente perante a metrópole. Dessa forma, soldados entoam hinos que enaltecem a morte pela pátria-mãe, cantam orgulhosos aMarseillaise, exaltam a beleza da mulher francesa, sonham em fincarem raízes em território francês e soltam declarações como “a terra francesa é melhor, não cheira mal como a nossa”. Mais do que um retrato das contradições e deslumbramento daqueles soldados, tais aspectos se prestam a pintar com gloriosas tintas a França, e acabam de certo modo por justificar os sacrifícios exigidos das colônias africanas.
Se como filme de guerra Dias de Glória consegue se posicionar como uma obra interessante e bem encenada (principalmente nas seqüências de batalha), como denúncia assumida que é, o filme se constrói sobre contradições e atos falhos que acabam anulando um eventual poder daquelas imagens de atuar junto à realidade em que se inscrevem.Fonte:Cinética!


Noite e Neblina - Download Legendado

Ano:1955
Tamanho:700 MB

O decreto Nacht und Nebel é o nome pelo qual são conhecidas as “Diretoras para a perseguição das infrações cometidas contra o Reich ou as Forças de Ocupação nos Territórios Ocupados", isto é, um decreto que entrou em vigência em 1941, a fim de legalizar a repressão e os assassinatos sistemáticos contra quem se opusessem ao regime nazista nos territórios ocupados pelo Terceiro Reich. Muitos anos depois, o Tribunal Internacional Militar de Núremberg declarou dito decreto como crime de guerra.
Em 1955, com as feridas muito recentes do holocausto nazista, o diretor francês Alain Resnais tomaria o nome daquele decreto para titular um documentário realizado a partir de material cinematográfico e fotográfico apreendido aos nazistas. Assim surgiu Nuit et Brouillard, um documentário com textos de Jean Cayrol, editor e poeta francês, membro da Resistência Francesa contra a ocupação; música do compositor alemão Hanns Eisler, amigo de Chaplin e Stranvinki; câmara de Sacha Vierny, diretor de fotografia de autores como Luis Buñuel e Peter Greenaway; e com a colaboração no roteiro de Chris Marker, diretor do clássico filme A Jetèe. Com esta equipe de colaboradores, e somado ao talento e a mirada aguda, poética e profundamente desconsoladora de Resnais, o filme não pode ser outra coisa que uma obra mestra do documentário. Não só pela execução formal da montagem e a fotografia, senão pelo ônus moral que denuncia a temática do filme: a responsabilidade coletiva de uma Europa decadente e fragmentada.
O nascimento do racismo, a atrocidade nos campos de extermínio, a mirada esquiva da indiferença, a culpa histórica e a necessidade de voltar ao passado para reafirmar o absurdo da guerra e o genocídio, são estes os temas que se desprendem de Nuit et Brouillard. Assim o diz Jean Cayrol:
Ia formando-se uma sociedade, esculpida no terror, ainda que menos enloquecedora do que a dos SS, cujos preceitos indicavam que a propriedade era a saúde e o trabalho era a liberdade, a cada qual o seu. Um pordiosero era um morto, mas um SS não. […] Ao contemplar estas ruínas, nós cremos sinceramente que nelas jaz enterrada para sempre a loucura racial, nós que vemos desvanecer-se esta imagem e fazemos como se alentássemos novas esperanças, como se para valer crêssemos que tudo isto pertencesse só a uma época e a um país, nós que passamos por alto as coisas que nos rodeiam e que não ouvimos o grito que não cala.
Em 1956, Alain Resnais apresentou Nuit et Brouillard no Festival de Cannes. Foi a apresentação de uma obra que rompia com a falsa idéia do bem-estar capitalista que começava a germinar em Europa. Uma obra que não se limitava a apresentar um relato ou um relatório sobre os fatos, ao pior estilo jornalístico. Não: travava-se mais bem de um documentário que expressava o horror de Auschwitz desde a perplexidade e o silêncio, desde o autoanálisis, desde a consciência do reconhecimento da igualdade do “outro”, uma forma de resistência contra os discursos dominantes. Uma forma de manter viva a chama da consciência histórica, a solidariedade como exigência e compromisso para uma humanidade caída na desgraça.

sábado, 25 de maio de 2013

Pelle,o conquistador - Download Legendado-

Ano:1987
Tamanho:700 MB
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Sinopse:Final do Século XIX. Um navio cheio de imigrantes suecos chega à ilha dinamarquesa de Bornholm. Entre os imigrantes estão Pelle (Pelle Hvenegaard) e seu pai Lasse (Max von Sydow), que dependem um do outro par sobreviver. Lasse, um velho viúvo com poucas chances de conseguir um bom emprego, em seu novo lar, uma fazenda na Dinamarca é forçado a trabalhar sob condições de camponeses, patrões e mulheres infelizes. Enquanto o jovem Pelle aprende a falar o dinamarquês e assiste as terríveis humilhações que sofre seu pobre pai, começa a perceber sua necessidade em ser independente. Ele precisa crescer mesmo antes de atingir a puberdade para não enfrentar o mesmo triste destino de sue pai. Mas, nenhum deles quer desistir de seu sonhos, e lutam para encontrar uma vida melhor do que aquela que deixaram na Suécia.

Deuses e Generais -Guerra Civil Americana- Download Legendado

Ano:2003
Tamanho:1,4 GB
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Sinopse:
A história sobre a Guerra Civil americana jamais foi contada de maneira tão emocionante e verdadeira como em Deuses e Generais (Gods and Generals, 2003, 216 min). Através da sensibilidade do diretor Ronald F. Maxwell, conhecido por Anjos Assassinos (Gettysburg, 1993, 255 min), o épico é baseado no livro de mesmo nome que narra fatos reais que marcaram época nos Estados Unidos. Deuses e Generais mostra a luta dos comandantes contra a força de suas próprias palavras durante uma guerra, uma vogal falada em falso pode custar uma vida. Ou uma centena delas. Thomas Jackson (Lang) é o famoso e bem religioso general que conta com o apoio do amigo e companheiro Robert E. Lee (Duvall). Juntos, bolam estratégias e planos para administrar todos os passos de seus homens e deles mesmos enquanto estiverem no campo de batalha. Eles aprenderam que o dia-a-dia dentro da guerra é tão importante quanto fora dela. É preciso lutar. Liberdade e paz custam caro... De um lado está o conhecido general da Confederação Jackson ou Stonewall, como era conhecido. Do outro lado está o coronel Joshua Chamberlain, um sujeito meticuloso e interessado em fazer discursos emocionados e inspiradores às suas tropas. Duas pessoas distintas que terão seus destinos cruzados por conta de uma fatalidade...Que destruirá toda uma nação. A guerra está em seu auge e o sangue e a morte são as únicas peças do quebra-cabeça azul, vermelho e branco. Como na bandeira norte-americana, só que sem as estrelas... As famosas batalhas de Bull Run, Antietam, Fredericksburg, Chancellorville e, por fim, em Gettysburg narram essa infeliz trajetória dos americanos rumo à libertação.
Só que para adquirir o prêmio tão esperado, os americanos pagaram com muitas vidas... Stonewall lutou até o fim, mas não permaneceu vivo para contar a real história... Tornou-se herói e seu legado continua nas mentes daqueles que viveram esse crucial e difícil momento.

Leitura Recomendada:

Os abolicionistas brasileiros e a Guerra de Secessão1
Maria Helena Pereira Toledo Machado*

Nesta comunicação vamos abordar uma questão que, embora tenha sido
percebida pelos homens de seu tempo como fundamental, tem recebido pouca
atenção dos historiadores do presente. Trata-se aqui de procurar enfocar as interações entre os EUA e o Brasil do século XIX em torno da escravidão. O objetivo é avaliar o impacto do contexto norte-americano, sobretudo das décadas que antecederam e sucederam a guerra civil, nos destinos da escravidão e no desenvolvimento do pensamento abolicionista no Brasil. O tema é obviamente estratégico, uma vez que Brasil e Estados Unidos (juntamente com Cuba) surgiam como as principais potências escravistas do continente entre os anos de 1830 e 1860, estando ligadas por uma série de conexões íntimas, seja em termos do tráfico de escravos, seja em relação à circulação de ideais e projetos, tanto de senhores de escravos e seus ideólogos a respeito de como preservar a escravidão no continente, como de
abolicionistas, que se conectavam em torno de discussões a respeito da abolição.
Nesse sentido, procuraremos mostrar aqui como no decorrer do século XIX os dois países estavam unidos e separados pelo problema da escravidão e pelas opções a serem adotadas para sua superação.
Com vistas a delinearmos tais conexões, três perspectivas serão aqui enfocadas de maneira sintética. Nosso objetivo não é, de forma alguma, esgotar um assunto tão complexo, mas apenas propor algumas linhas de raciocínio que nos permitirão esboçar horizontes de indagação. Uma primeira linha de análise enfocará as ligações desenvolvidas entre as décadas de 1830 e 1860, as quais uniram, de maneira íntima, as potências escravistas, isto é, Brasil e EUA, em torno de projetos de preservação da escravidão. Uma segunda linha de conexões colocará em pauta as interações desenvolvidas entre os EUA e o Brasil em termos da circulação de ideias a respeito das raças e das possibilidades de integração dos afro-americanos às sociedades pós-emancipação e da superação do legado da escravidão por meio da
* Professora Titular. Departamento de História da Universidade de São Paulo. Pesquisadora
CNPq.
.
11 :: Caminhos da Liberdade: Histórias da Abolição e do Pós-Abolição no Brasil :: mestiçagem. O Brasil, enquanto um império que gozava de certa estabilidade política e que possuía uma grande concentração de afrodescendentes e de população mestiça, atraiu a atenção de viajantes norte-americanos, como a de Louis Agassiz,legendário cientista de origem suíça e professor da Universidade de Harvard, o qual, por seu turno, foi um dos importantes ideólogos da segregação que se estabeleceu nos EUA pós-guerra civil. Esses ideólogos – como Agassiz – se utilizaram de suas estadas no Brasil para recolher provas a respeito dos males da miscigenação e dos perigos da degeneração das raças. Finalmente, uma terceira linha de conexões procurará ilustrar como os abolicionistas brasileiros se utilizaram do exemplo da guerra civil para propugnar uma saída pacífica e organizada da escravidão no Brasil.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Treze Dias que Abalaram o Mundo- Guerra Fria- Download Legendado

Ano:2000
Tamanho:1,4 GB


Sinopse:
Em outubro de 1962 um avião U-2, que fazia vigilância de rotina, tira fotos fotográficas que revelam que a União Soviética está em processo de colocar uma plataforma de lançamento de armas nucleares em Cuba. Estas armas terão a capacidade de destruir em minutos a maior parte do leste e sul dos Estados Unidos quando ficarem operacionais. O presidente John F. Kennedy (Bruce Greenwood) e seus assessores têm de pôr um plano de ação contra os soviéticos. Kennedy está determinado em mostrar que ele é forte o bastante para resistir a ameaça e o Pentágono aconselha o exército dos Estados Unidos a contra-golpear, o que poderia levar a uma outra invasão norte-americana em Cuba. Entretanto, Kennedy está receoso em levar a cabo esta operação, pois uma invasão norte-americana poderia fazer com que os soviéticos partissem para a retaliação na Europa. Por treze dias o destino da humanidade esteve nas mãos de um grupo reunido no salão oval na Casa Branca, pois a possibilidade de uma guerra nuclear era real e navios soviéticos rumavam para Cuba levando o material que faltava para terminar a plataforma de lançamento, que estava sendo construída em ritmo acelerado. Com a situação cada vez mais tensa, qualquer ato impensado poderia provocar um conflito armado de conseqüências atras.

Terra e Liberdade -Guerra Civil Espanhola,Fascismo,Revolução Espanhola,Comunismo- Download Legendado

Ano:1995
Tamanho:700 MB




Leitura Recomendada:

Terra & Liberdade, um filme do diretor Ken Loach sobre a Guerra Civil Espanhola, é memorável ao mesmo tempo pelo seu ponto de vista e pelo assunto que aborda. Ganhador de dois prêmios no Festival de Cinema de Cannes em 1995, o filme dá vida a uma das maiores lutas de classes deste século. Após 60 anos, a Guerra Civil Espanhola retém o seu brilho romântico como uma luta heroica que pôs trabalhadores e camponeses comuns, ajudados por jovens idealistas de esquerda vindos do estrangeiro, contra os exércitos do General Francisco Franco, a classe dominante espanhola e as legiões militares fascistas despachadas por Hitler e Mussolini. É um conflito no qual é fácil escolher um lado.

Durante a guerra civil, os stalinistas se juntaram a socialdemocratas, pacifistas e liberais ao propagandeá-la enquanto uma luta para preservar a “democracia” espanhola. Mas havia muito mais em jogo do que isso – a questão fundamental era se a sociedade seria organizada de acordo com as necessidades dos capitalistas e proprietários de terra da Espanha ou dos seus trabalhadores e camponeses.

Há muitos paralelos entre os eventos na Espanha em meados dos anos 1930 e aqueles que aconteceram na Rússia depois da derrubada do Czar em fevereiro de 1917. As origens imediatas do conflito espanhol podem ser rastreadas até a queda da monarquia em 1931 e a proclamação de uma república encabeçada por uma coalizão de liberais burgueses e socialdemocratas. O líder dos liberais era Manuel Azaña, que Trotsky apelidou de “o Kerensky espanhol” em menção ao chefe do breve Governo Provisório russo. Assim como Kerensky, Azaña não recebeu a confiança dos grandes capitalistas e proprietários, e dependia do apoio de partidos dos trabalhadores (primeiro os Socialistas, e depois também os Comunistas) para se manter no poder. Assim como Kerensky, a base social de Azaña esperava que ele realizasse mudanças muito mais radicais do que aquelas que ele estava disposto a tolerar.

O resultado foi uma crescente série de embates entre os trabalhadores e o Estado ao longo dos anos 1930. Em 1933, um breve levante anarquista em Cádiz foi esmagado. Conforme a luta se aprofundou, esquadrões da morte assassinaram proeminentes líderes dos trabalhadores. Elementos da extrema direita lançaram um partido fascista, a Falange Espanhola. Quando o governo de Azaña foi substituído em 1934 por uma coalizão de direita encabeçada por Alejandro Lerroux, o geralmente legalista Partido Socialista, empurrado por sua ala esquerda, começou a falar em comprar armas para distribuir aos seus membros.

Em outubro de 1934, em meio a uma greve geral contra o governo, os mineiros das Astúrias declararam uma comuna socialista. O governo despachou Franco, à frente do seu Exército marroquino na África, para esmagar o levante. As tropas de Franco massacraram 5.000 trabalhadores e prenderam outros 30.000. Mas isso não acabou com a resistência.

Em janeiro de 1936, Lerroux foi forçado a renunciar em meio a um escândalo financeiro, e novas eleições foram realizadas. Pela primeira vez, os líderes anarquistas da Confederação Nacional do Trabalho (CNT – a maior central sindical da Espanha), que contava com cerca de um milhão e meio de membros, e também a Federação Anarquista Ibérica (FAI – a organização anarquista clandestina) abandonaram seu princípio de abstenção eleitoral e apoiaram os candidatos da Frente Popular, uma coalizão de partidos liberais burgueses com Socialistas e Comunistas. A maré foi tão forte que Partido Operário da Unificação Marxista (POUM – uma aliança de ex-trotskistas liderados por Andrés Nin e o Bloco Operário e Camponês dirigido por Joaquín Maurín), antes mais à esquerda e que previamente havia denunciado tal colaboração de classe, chamou pelo voto em Azaña, e assinou o manifesto eleitoral da Frente Popular. Em um artigo de janeiro de 1936, intitulado “A Traição do POUM”, Trotsky denunciou o apoio deles a essa aliança de colaboração de classes como “uma traição ao proletariado”.

Nos primeiros meses depois da sua eleição, Azaña fez todo o possível para garantir à classe dominante espanhola que a Frente Popular não apresentava nenhuma ameaça aos seus interesses essenciais. Ele se opôs ao armamento dos trabalhadores, ignorou os eloquentes relatos de que direitistas no exército estavam preparando uma revolta, e recusou sugestões de depurar o corpo de oficiais. Essa passividade encorajou os reacionários. Em 17 de julho de 1936 o exército realizou um levante no Marrocos que rapidamente se espalhou para outras guarnições pela Espanha. Ele foi imediatamente apoiado pela Igreja Católica e por virtualmente toda a burguesia. O governo da Frente Popular respondeu tentando conciliar os rebeldes. Azaña rejeitou propostas de armar a população:

“Mas os trabalhadores tinham tirado suas próprias conclusões e, sem dar a menor atenção aos sermões da Frente Popular sobre a autoridade governamental e parlamentar, ajudaram a si próprios. Eles espontaneamente se lançaram nos exércitos rebeldes, ao confraternizar com os soldados, desarmaram-nos e esvaziaram os arsenais e depósitos de armas em Barcelona, Madrid e Valência. Em uma palavra, eles responderam à insurreição fascista organizada pelo exército ‘Republicano’ com uma insurreição proletária.”
― Jean Rous, ‘‘Spain 1936-39: The Murdered Revolution,’’ Revolutionary History Vol. 4, Nos. 1/2

Por toda a Espanha legalista, trabalhadores tomaram fábricas e terras que a burguesia havia abandonado ao fugir para se juntar aos franquistas. Logo a classe trabalhadora começou a organizar a produção sem os patrões. Milícias rapidamente organizadas dos partidos dos trabalhadores foram despachadas para combater no front, enquanto na retaguarda patrulhas de trabalhadores substituíram a antiga polícia.

Em Homenagem a Catalunha, o clássico escrito em 1937 por George Orwell relatando suas experiências na milícia do POUM na frente de Aragão, ele descreve as possibilidades para a humanidade que ele vislumbrou nesse levante revolucionário:

“Eu tinha chegado mais ou menos por acaso na única comunidade na Europa Ocidental em que a consciência política e a descrença no capitalismo eram mais normais que seus opostos... Em teoria havia perfeita igualdade, e mesmo a prática não estava distante disso. Há uma noção de que seria verdade dizer que se estava experimentando uma prévia de socialismo, o que significa que a atmosfera mental que prevalecia era aquela do socialismo. Muitos dos aspectos normais da vida civilizada ― ostentação, apego ao dinheiro, medo do patrão, etc. ― tinham simplesmente deixado de existir. A divisão normal de classe da sociedade tinha desaparecido ao ponto em que é impensável para a atmosfera mesquinha da Inglaterra... Estávamos em uma comunidade onde a esperança era mais natural do que a apatia ou o cinismo, onde a palavra ‘camarada’ significava camaradagem e não, como em muitos países, uma forma de chamar a atenção de alguém. Respirávamos o ar da igualdade... Aquilo que atrai os homens comuns para o socialismo e os faz querer arriscar suas vidas por ele, a ‘mística’ do socialismo, é a ideia de igualdade; para a vasta maioria dos povos, ou socialismo significa uma sociedade sem classes ou ele não significa nada.”

Um dos grandes méritos do filme de Loach é que captura esse espírito. A história é contada através dos olhos de David, um jovem desempregado membro do Partido Comunista de Liverpool, Inglaterra, que viaja para a Espanha para se juntar às Brigadas Internacionais, e acaba por acaso entrando numa unidade militar do POUM. As experiências de David gradualmente transformam as suas visões políticas desde a aceitação acrítica da linha do Partido Comunista para uma compreensão de que, ao manter a luta nos limites aceitáveis para os capitalistas, os stalinistas estavam traindo a revolução e pavimentando o caminho para a vitória de Franco. David aparentemente foi baseado em Stafford Cottman, o membro mais jovem da unidade militar de Orwell, “que tinha entrado na Liga da Juventude Comunista depois de ter saído da Guilda do Partido Trabalhista, mas que apesar de tudo tinha entrado no POUM (as linhas divisórias não estavam muito bem definidas no começo)”. (George Orwell A Life, Bernard Crick). Crick relata qu,e quando Cottman finalmente voltou da Espanha, “havia um piquete na sua casa feito por membros locais do Partido Comunista, que o denunciavam como fascista”.

As questões levantadas pela Guerra Civil Espanhola continuam reverberando hoje em dia. De acordo comFreedom (10 de junho de 1995), uma publicação anarquista britânica, Santiago Carrillo, ex-líder do Partido Comunista Espanhol (PCE), denunciou Terra & Liberdade no jornal de Madrid, El País, no dia antes da estreia do filme. Ele reclamou que ele reduzia “um dos grandes épicos da luta pela liberdade deste século” a um pequeno conflito entre o POUM e o PCE. Loach respondeu apontando que, na época, Carrillo estava entre aqueles que caluniaram o POUM por supostamente estar em colaboração com Franco. Os comentários de Carrillo foram ecoados por Paul Preston, um historiador britânico, na matéria de capa de 16 de fevereiro do New Statesmen. De acordo com Preston, “Terra & Liberdade de Loach deve ser visto como um trabalho marginal, se não perverso” porque ele é mais “um  anti-stalinista do que uma homenagem àqueles homens e mulheres espanhóis e estrangeiros que deram suas vidas na luta contra Franco e seus aliados do Eixo”.

Para o crédito de Loach, ele explica o contexto internacional da política de frente popular de Moscou. Um ponto alto do filme é a discussão, que inclui a unidade da milícia e os camponeses de uma vila que eles tinham libertado, sobre coletivizar ou não a terra. Um stalinista norte-americano intervém, defendendo que a coletivização poderia assustar os potenciais aliados democráticos capitalistas da República Espanhola. E foi de fato em busca de um pacto de defesa com a Grã-Bretanha e a França que Stalin insistiu em sacrificar a Revolução Espanhola no altar da Frente Popular. O principal defeito político da apresentação de Loach, entretanto, é a ausência de críticas às políticas do POUM. Poder-se-ia, com base no seu filme, ter a impressão de que o POUM, oposto aos stalinistas, buscou um curso revolucionário consistente. Não foi bem assim.

Em um artigo escrito duas semanas depois do início da Guerra Civil, Leon Trotsky, líder do vitorioso Exército Vermelho na Guerra Civil Russa, observou:

“Numa guerra civil se combate, todos o sabem, não apenas com exércitos, mas também com armas políticas. De um ponto de vista puramente militar, a Revolução Espanhola é muito mais fraca que seu inimigo. A sua força está na habilidade de trazer as grandes massas para a ação. Ela pode até mesmo tirar o exército das mãos de seus oficiais reacionários. Para conseguir isso, é necessário apenas lançar seria e corajosamente o programa da revolução socialista.”
“É necessário proclamar que, de agora em diante, a terra, as fábricas, e as lojas passarão das mãos dos capitalistas para as mãos do povo. É necessário se mover de uma vez em direção à realização desse programa naquelas províncias onde os trabalhadores estão no poder. O exército fascista não poderia resistir à influência de um programa como esse por 24 horas; os soldados iriam amarrar as mãos e os pés dos seus oficiais e leva-los assim até o quartel mais próximo das milícias de trabalhadores. Mas os ministros burgueses não podem aceitar um programa como esse. Ao conter a revolução social, eles compelem os trabalhadores e camponeses a derramar dez vezes mais do seu sangue na guerra civil. E para coroar isso tudo, esses senhores esperam desarmar os trabalhadores novamente depois da vitória para força-los a respeitar as leis sagradas da propriedade privada. Essa é a verdadeira essência da política da Frente Popular.”
― “A Lição da Espanha”, 30 de julho de 1936

A capitulação do POUM e da CNT/FAI anarquista à Frente Popular ― ou seja, à concepção de que os interesses dos trabalhadores e camponeses tinham que ser subordinados àqueles dos capitalistas “progressistas” ― estabeleceu a base para a derrota da revolução e, em última instância, do lado republicano. Uma vez que os partidos dos trabalhadores aceitavam a necessidade de manter o bloco com os capitalistas “progressivos”, a luta tinha, portanto, que respeitar a propriedade privada e garantir as posses coloniais da Espanha. É por isso que o campo republicano se recusou a  proclamar a independência do Marrocos, apesar do fato de que isso teria tido um poderoso efeito desestabilizador nas tropas marroquinas, que constituíam um importante elemento do exército de Franco. O governo também se recusou a legalizar a expropriação das terras dos latifundiários e se esforçou para tranquilizar os capitalistas ao “regularizar” o aparato estatal, desarmando os trabalhadores e liquidando os órgãos de poder popular que haviam surgido em julho de 1936.

O POUM condenou essas medidas, mas se recusou a romper com a Frente Popular em cima delas. O melhor que Nin pôde fazer foi oferecer um palavreado “revolucionário” em sua aparência. Apesar de suas críticas à esquerda à traição dos stalinistas e da Frente Popular, o POUM capitulou politicamente numa conjuntura muito importante. Ele apoiou a Frente Popular eleitoralmente e, em setembro de 1936, entrou no governo burguês da Catalunha. Uma das primeiras tarefas do novo governo foi dissolver os órgãos de duplo poder proletário que haviam surgido paralelamente aos órgãos oficiais de governo. O Comitê Central das Milícias de Trabalhadores foi dissolvido, e as suas funções foram assumidas pelo Ministro da Defesa, enquanto os conselhos antifascistas locais (dominados pelas organizações de trabalhadores) foram substituídos pelas administrações municipais indicadas pelo governo.

Além disso, enquanto o POUM mantinha o seu portfólio ministerial, a classe trabalhadora estava desarmada. Passou-se uma lei exigindo que todas as armas fossem entregues ao ministério da defesa dentro de 8 dias: “No fim do período citado, aqueles que retenham tais armamentos serão considerados fascistas e julgados com o rigor que a sua conduta exige.” (citado em Revolução e Contrarrevolução na Espanha, de Felix Morrow). O decreto foi publicado na edição de 28 de outubro de 1936 de La Batalla, o jornal do POUM. Tendo emprestado o seu prestígio ao desarmamento dos trabalhadores e à erradicação dos seus comitês, em 12 de dezembro de 1963 o POUM foi de forma pouco cerimoniosa expulso do governo. A CNT, que era bem maior e mais flexível que o POUM, conseguiu ficar no governo até julho de 1937, quando ela também foi descartada.

Conforme a guerra progrediu, o punho stalinista apertou com mais força o aparato de Estado republicano. Dentro do governo de Frente Popular, os Comunistas defenderam os interesses dos capitalistas com uma determinação implacável. Em um discurso de março de 1937 para o plenário do Comitê Central do PCE, José Díaz, o secretário geral do partido afirmou isso sem ambiguidades:

“nós não devemos perder a cabeça e saltar sobre a realidade, tentando realizar experimentos de ‘comunismo libertário’ (anarquista) ou ‘socialização’ nas fábricas ou no campo. O estágio de desenvolvimento da revolução democrática pelo qual nós estamos passando requer a participação de todas as forças antifascistas, e esses experimentos só podem resultar em afastar uma seção muito importante dessas forças.”
...
“Se no começo as várias tentativas prematuras de ‘socialização’ e ‘coletivização’, que eram o resultado de um entendimento pouco claro do caráter da presente luta, pode ter se justificado pelo fato de que os grandes proprietários de terras e industriais tinham abandonado as suas terras e fábricas e que era necessário a todo custo continuar a produção, agora pelo contrário elas não podem se justificar de nenhuma forma. No presente momento, quando há um governo da Frente Popular, no qual todas as forças engajadas na luta contra o fascismo estão representadas, tais coisas não apenas não são desejáveis, mas absolutamente inadmissíveis.”
― A Internacional Comunista, maio de 1937

Nesse discurso, Diaz antecipou ameaçadoramente a vindoura repressão stalinista. Primeiro, numa clara tentativa de isolar o POUM, ele desmentiu relatos de que a CNT/FAI seria atingida:

“Nossos inimigos lançam rumores de que confrontos sangrentos são inevitáveis entre anarquistas e comunistas, e que a questão de quem vai esmagar o outro vai surgir inevitavelmente. Deve-se declarar que aqueles que espalham tais rumores são nossos inimigos e inimigos dos camaradas anarquistas.”

Ele declarou que era necessário lançar uma “luta implacável contra o trotskismo”, e deixou claro que a eliminação do POUM era uma prioridade máxima:

“Nosso maior inimigo é o fascismo, contra o qual nós concentramos nosso fogo e todo o ódio do povo. Mas o nosso ódio é dirigido com igual força contra os agentes do fascismo, contra aqueles que, como o POUM, esses trotskistas disfarçados, se escondem atrás de uma fraseologia pseudo-revolucionária para melhor cumprir seu papel como agentes do inimigo em nosso país. Para destruir a ‘Quinta Coluna’, nós devemos destruir todos aqueles que defendem os slogans políticos do inimigo. Mas os slogans do nosso inimigo são contra a república democrática, contra a Frente Popular antifascista, contra o governo da Frente Popular...”.

O confronto veio dois meses depois, em maio de 1937, quando os stalinistas lançaram um ataque contra a estação telefônica de Barcelona, controlada pala CNT. Milhares de trabalhadores armados, liderados pelos militantes da CNT e do POUM, responderam a essa provocação saindo às ruas e construindo barricadas. Os trabalhadores tiveram superioridade nos combates iniciais. Centenas de policiais do governo foram capturados e desarmados, e a maior parte da cidade logo estava sendo controlada pelos trabalhadores.Terra & Liberdade mostra essa batalha. O que fica de fora, entretanto, é o fato de que a liderança do POUM foi pega de surpresa – por ambos o ataque dos stalinistas e a resistência dos trabalhadores. E então, ao invés de usar a sua vantagem inicial para expulsar o governo e estabelecer o poder proletário direto, eles tentaram contemporizar com Azaña. Apenas o pequeno Grupo Bolchevique-Leninista, de orientação trotskista, e os anarquistas de esquerda “Amigos de Durruti” chamaram por um rompimento com a Frente Popular e pelo estabelecimento do poder dos trabalhadores. Os trotskistas lançaram um manifesto chamando pelo desarmamento da polícia republicana e pelo armamento dos trabalhadores. Eles alertaram que: “Esse é o momento decisivo. Logo será tarde demais... Apenas o poder proletário pode garantir vitória militar”. Os anarquistas de esquerda lançaram declarações similares. Mas o POUM e os líderes anarquistas concordaram, ao invés disso, a deixar as armas e mandar os trabalhadores para casa em troca da promessa por parte do governo de que não haveria represálias. Dentro de semanas o POUM era posto fora da lei, suas milícias desmontadas, seus quadros presos e seus líderes assassinados.

Longe de fortalecer o lado republicano, o sucesso dos stalinistas em esmagar a esquerda apenas acelerou a vitória de Franco. A questão crítica sobre a qual dependia o resultado final da Guerra Civil era o interesse de classe. A classe dominante espanhola sabia isso desde o início. Eles apoiaram Franco porque eles sabiam que se ele vencesse os sindicatos seriam esmagados, a esquerda aniquilada e uma ditadura militar instalada para garantir o poder capitalista. Mas não havia um apelo de classe equivalente do lado republicano. Os stalinistas exortavam os trabalhadores e proletários rurais a arriscar suas vidas para que, depois da vitória, eles pudessem continuar suas vidas sob o domínio “democrático” desses mesmos capitalistas.

Fenner Brockway, líder do parlamentarista Partido Trabalhista Independente (ILP) não era certamente nenhuma revolucionário. No entanto, depois de visitar a Espanha em junho e julho de 1937, ele concluiu:

“é evidente que o recuo de uma posição revolucionária pelo governo está encorajando a desilusão e mesmo a indiferença quanto à guerra. A experiência da Espanha mostra que uma guerra efetiva contra o fascismo também deve ser uma guerra pela revolução social. Essa é a dinâmica do entusiasmo, e conforme a contrarrevolução na Espanha prossegue, a paixão pela luta contra Franco diminuiu.”
― “Relato Pessoal da Visita à Espanha”, circular mimeografada [1937].

Terra & Liberdade vividamente ilustra quão perto a Espanha esteve em meados dos anos 1930 de uma revolução proletária, e capta a confusão dos militantes diante da situação, a forma como eles lentamente passam a perceber que estão sendo traídos. O desarmamento da unidade militar do POUM de David no clímax é a cena mais dolorosa do filme. No entanto, a ausência de qualquer explicação para a capitulação do POUM e da CNT/FAI pode levar os espectadores a tirar conclusões desnecessariamente pessimistas. Isso porque, a parte da questão da liderança política, a situação na Espanha em 1936 era muito mais favorável do que aquela na Rússia em 1917, quando os trabalhadores triunfaram. O proletariado espanhol de 1936 tinha um peso social muito maior e era politicamente mais avançado do que eram os trabalhadores russos em 1917. Além disso, ao contrário do campesinato predominantemente pequeno-burguês da Rússia, a população rural na Espanha era composta principalmente de proletários sem-terra e semiproletários que se identificavam com os seus pares urbanos. As massas espanholas lutaram magnificamente, mas sem uma liderança revolucionária coerente, foram incapazes de superar a coalizão de membros do POUM, stalinistas, anarquistas e socialdemocratas apoiando a Frente Popular. Nas palavras de Trotsky: “Não pode haver maior crime do que uma coalizão com a burguesia num período de revolução socialista”. Aqueles que aceitam o esquema da frente popular devem necessariamente considerar a revolução socialista como um erro.

A diferença entre a vitória na Rússia e a derrota na Espanha esteve inteiramente na qualidade da liderança política na ala esquerda do movimento dos trabalhadores. Os bolcheviques defenderam Kerensky, o líder do Governo Provisório de colaboração de classes, contra o golpe reacionário do General Kornilov, assim como na Espanha Trotsky chamou pela defesa de Azaña contra Franco. Mas, enquanto Lenin firmemente se recusou a apoiar Kerensky politicamente, e agressivamente defendeu os interesses independentes da classe trabalhadora contra a frente popular, o POUM e o resto da esquerda espanhola se curvaram diante do governo de coalizão para evitar o isolamento.


Os contorcionismos resultantes das tentativas do POUM de conciliar a sua análise formalmente marxista com o seu comportamento oportunista seria difícil de captar em uma produção cinematográfica. Loach ao menos merece o crédito por dizer a verdade conforme ele a conhece. Um dos méritos políticos do filme é que ele indica que a chave para o resultado da guerra Civil Espanhola estava nas lutas por dentrodo campo republicano.

Loach não gosta da Frente Popular, mas ele não a explica suficientemente. Nesse sentido, a história completa da derrota da revolução espanhola ainda espera para ser contada para um público de massa. Entretanto, em um período de completo desprezo e cinismo pela política no cinema, Terra & Liberdade é valioso ao menos por sugerir para uma nova geração que vale a pena considerar algumas das possibilidades históricas não realizadas dessa revolução traída.
Fonte:Reagrupamento Revolucionário(Versão traduzida,de resenha publicada em 1917)Extremamente parcial.

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O Filme “A Guerra do Fogo”, foi uma grata surpresa. É pouco comum filmes sem fala fazerem algum tipo de sucesso ou conseguirem um lugar de destaque na mídia. Contudo, essa metodologia se fez necessária para o desenrolar do longa metragem, que tem como premissa o período Paleolítico, mais conhecido como Idade da Pedra Lascada!

A motivação do enredo, gira em torno da descoberta do fogo, mostrando inicialmente a batalha para conseguir de forma agressiva esse precioso elemento, lutando para levar esse presente dos deuses as cavernas frias e escuras que vivem, sem saber que posteriormente descobririam como produzi-lo.
São três grupos de hominídios, mas basicamente tudo acontece em torno de duas tribos por assim dizer. A primeira era mais primitiva, conhecida como “tribo Ulam”, e a segunda um pouco mais evoluída à “tribo Ivaka”. Após o fogo de uma das tribos se apagar, alguns de seus membros são obrigados a sair em busca desse poder da natureza.
Nessa fase, somente os Ivaka utilizavam o fogo para preparar carnes, experimentando sabores ainda desconhecidos para os demais. Outro ponto importante é a organização social, onde não se conhecida conceitos como respeito as mulheres, que eram tratadas com violência, para por exemplo, satisfazer os primitivos seres daquela época.
Essa condição, aos poucos vai melhorando. Após uma novata chegada da tribo Ivaka, mostrar como obter fogo. Essa comparação mostra claramente que os Ulam, não utilizavam nenhum tipo de tecnologia, as poucas coisas que diferem esses seres dos outros animais, é a utilização de peles para se protegerem do frio e o fogo que era conquistado com lutas entre rivais até aquele momento.
Não há nenhum tipo de expressão artística, nem pintura, nada que não seja estritamente necessário para sobrevivência. Quando falei sobre a falta de fala no filme, posso garantir que isso não influência de forma nenhuma para depreciação da obra, a linguagem que é mostrada através de gritos, gestos e grunhidos, expressam sentimentos como alegria, susto e euforia, sem perder a qualidade.
la-guerre-du-feu-1981Essa metodologia, cria uma atmosfera diferenciada, transportando o telespectador para aquela época de forma magistral.
Para finalizar, essa é uma ótima obra que mostra os conflitos físicos e psicológicos, com um excelente panorama histórico, ilustrando a evolução em determinados aspectos sócio culturais, onde o individualismo acaba cedendo espaço para o coletivo, colaborando para a sobrevivência, inclusive mostrando no final a esperança através de uma criança, fruto da mistura entre pessoas de tribos diferente, em etapas também distintas da evolução humana.
Fonte:Vida Beta